sábado, 11 de julho de 2009

Sem título, parte II

Fazia anos, Tônio Miró sentira seu coração bater pelo que era a última vez
Na delicadeza de seu tamanho, ela consternava até o mais forte de todos.
Morena, de cabelos cacheados, Miró havia esquecido do mundo por ela.
Havia anos não sabia o que era amor,
e de repente, o amor lhe abraça tão forte que lhe tira o ar, a tristeza e a solidão.
"Flores, lhe darei flores!" E Tônio lhe dava então chocolates.
É, Miró era sim apenas um tolo apaixonado,
fisgado pelo carma de um amor impossível
Porém fantástico aos seus olhos.
Amor exagerado que lhe trazia um sorriso
lembrava-lhe de sua inspiração,
o fazia acreditar que dar-te o mundo seria mera brincadeira.
Tônio Miró a amava tanto que não sabia o que fazer,
não sabia o que sabia!
Ah, Miró, beije-a!
E Miró não a beijava. A admirava como a peça mais rara da vitrine.
Pois a amava tanto que tinha medo.
Medo de que se evaporasse ao simples toque.
Medo de que fosse apenas mais um sonho, um sonho na linha de um pesadelo.

Tônio Miró

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